
Uma ação de combate à extração ilegal de madeira no entorno de áreas
de proteção no noroeste Maranhão – a Operação Lignum – teve início na
quarta-feira (9), com o envolvimento de 200 servidores do Ibama, da
Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público
Federal. Na quinta-feira (10) pela manhã, 10 serrarias ilegais de médio
porte foram desativadas com o uso de explosivos. Cada instalação tinha
capacidade para processar, em média, 50 metros cúbicos de madeira por
dia.
O coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt,
falou do benefício de destruir a infraestrutura dos infratores. “Tem
equipamentos caros, pesados, complexos, e se não forem inutilizados, vão
voltar a usá-los. Muitas dessas serrarias já haviam sido autuadas no
passado, mas voltaram a funcionar. Então, adotando essa medida mais
drástica, essa desativação por meio de explosão dos principais
equipamentos, geramos prejuízo aos infratores”, disse.
A Operação Lignum (madeira em latim) é resultado de uma ação civil
pública do MPF, no Maranhão, para impedir a degradação florestal em
áreas protegidas, em especial nas Terras Indígenas Alto Turiaçu, Caru e
Awá, e na Reserva Biológica do Gurupi.
Schmitt falou sobre a importância das reservas, que, juntas,
equivalem a cerca de 1 milhão de hectares de Floresta Amazônica, no
Maranhão. “Não existe mais floresta lá, esse é o último maciço, o último
fragmento. Além da importância ecológica, nessa área vivem três etnias
indígenas. Parte deles optaram por viver em isolamento, então proteger
essas áreas é imprecindível para o meio ambiente e para manutenção
dessas etnias.”, disse.
Desde o início da ação, o Ibama aplicou 10 multas por infrações
ambientais que totalizam R$ 1,7 milhão. Também foram apreendidos quatro
caminhões e uma empilhadeira. A PF prendeu 11 pessoas envolvidas em
crimes ambientais, sendo 10 prisões em flagrante e uma preventiva, e
apreendeu duas armas. A PRF apreendeu oito caminhões usados para
transportar madeira ilegal. A organização está atuando na segurança da
operação, com apoio da Polícia Civil de Goiás (GT3), da Polícia Civil do
Distrito Federal (DOE) e da Polícia Militar Ambiental do Maranhão.
Exploração madeireira
A madeira extraída ilegalmente das áreas protegidas é transportada
por estradas clandestinas até as serrarias em caminhões adaptados,
chamados toreiros. Nas serrarias, a madeira é processada e
comercializada no Maranhão e em outros estados.
O Ibama informou que a exploração legal de madeira na região pode ser
feita por meio de planos de manejo florestal sustentável e do
aproveitamento decorrente de autorização de supressão da vegetação para
uso alternativo do solo. No entanto, durante a Operação Lignum o órgão
verificou que algumas áreas autorizadas foram fraudadas para acobertar
madeira ilegal. Novas ações estão programadas para ocorrer em toda a
região.
Da Redação com informações da EBC
http://news.portalbraganca.com.br/nacional/meio-ambiente-operacao-lignum-explode-serrarias-ilegais-e-prende-madeireiros-no-maranhao.html
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