Recentemente escrevi um artigo no LinkedIn contando a minha história
profissional e os caminhos que me levaram a tomar iniciativa de
empreender, em menos de 4 minutos ele foi indexado ao canal de Inovação e
Empreendedorismo do LinkedIn Pulse Brasil. Para se ter uma idéia
geralmente que escreve para esses canais são pessoas de grande
influência no mercado como Abílio Diniz e Romero Rodrigues (Ex CEO do
BuscaPé).
Decidi compartilhar por aqui esse artigo na íntegra, com algumas
pequenas adaptações para o blog, se você quiser ler a versão original
você pode clicar aqui. Então vamos em frente? Passei um bom tempo refletindo sobre essa pergunta e quando percebi
comecei a escrever esse artigo, contando a minha trajetória como
profissional de vendas até me tornar um empreendedor que sou hoje. Tudo
isso começou sobre duas reflexões minha última demissão e meu último
aniversário, apesar de um ter acontecido um ano após o outro, meus 30
anos me trouxe a reflexão a lei dos 30, escrevi um artigo sobre isso, você pode ler ele aqui.
ONDE TUDO COMEÇOU
Comecei minha carreira na área comercial em uma empresa que eu achava
ser de Marketing de Rede... Pois é achava, mas descobri da maneira
mais difícil que não era. Entrei para empresa com o intuito de me tornar um empreendedor
virtual, essa era descrição na época (2006), porém como quase todo
iniciante só fui entender que precisava de mais recursos depois de estar
"imergido" no negócio. Cheguei a "indicar" duas pessoas para "aderirem
ao projeto", mas não foi o suficiente para me gerar lucro e conseguir
investir na minha loja virtual, foi então que eu fui buscar outras
alternativas que existiam ali.
Semanalmente acontecia uma "feira de negócios" em que tinha-se a
oportunidade de cada um oferecer seus produtos e/ou serviços
pessoalmente para os empreendedores que participavam dessa feira (que
acontecia em todo o Brasil) também era incentivado o consumo de produtos
e serviços oferecidos ali, foi então que eu conheci dois caras
fantásticos Marcelo Rocha e Sidney Lima. Na época eles faziam a parte "técnica" do negócio de forma autônoma e independente a empresa. Basicamente funcionava assim...
As pessoas que entravam e após investir no negócio recebiam uma loja
virtual, mas elas precisavam de um "banner" ou uma "cara" para sua loja
virtual e era aí que o Marcelo e
o Sidney entravam. Eles cuidavam do design da loja, na realidade eles
faziam o atendimento para que após a entrega do "banner" os novos
empresários começassem a investir em estratégias de web marketing (nossa
como esse termo é velho!!).

Mas segundo eles, ainda precisavam de mais dois caras para formar o
time, um comercial e outro de design (já que essa parte era
terceirizada), foi então que eu e um outro amigo chamado Danilo Castilho entramos
no negócio. Assim dei início a minha carreira de vendas, na Centro de
Desenvolvimento e Treinamento Web Marketing (CDT Web Marketing), mal
sabíamos que aquilo poderia ser considerada uma "Agência Digital" hoje
em dia! Na verdade nós nem sabíamos o que eramos, apenas corríamos (feito
loucos!) atrás de clientes e fazíamos de tudo para ajuda-los a ter
resultados com as suas lojas, mas em Outubro de 2007 aconteceu isso...
A NOTÍCIA
Apesar dessa notícia nós não nos abalamos e seguimos em frente com o
nosso trabalho enquanto foi possível, porém a cada evento o número de
participantes era cada vez menor e para gente foi ficando mais e mais
difícil manter o nosso negócio, tentamos buscar clientes fora da feira,
mas infelizmente o mercado não estava pronto e nós também não.
VOLTANDO PARA O MERCADO DE TRABALHO
Por falta de recursos financeiros e uma pressão forte da minha
família, voltei a buscar uma vaga no mundo corporativo, participei de
dezenas de processos seletivos e para mostrar minha boa vontade, abracei
a primeira oferta que me surgiu com o plano de aguardar um trabalho
"melhor", tanto financeiramente quanto em carreira.
Participei de um processo seletivo para começar uma nova operação de
vendas de cartão de crédito e tive minha experiência como operador de
telemarketing. Ali pude perceber que muitos ingressam nesse mercado pela
necessidade (como eu) e por isso a grande maioria não colocam empenho,
comprometimento e foco na execução do trabalho.
Comecei a colocar em prática tudo que havia aprendido e rapidamente
me destaquei tanto em número de vendas quanto na liderança. Dois meses
após eu ter começado recebi um proposta de trabalho que me beneficiaria
em vários sentidos e fui comunicar minha supervisora, lembro desse dia
como se fosse hoje.
Ela chamou as pressas o coordenador e o gerente da operação para
conversarem comigo para tentarem me convencer da ideia de deixar a
empresa. Durante a nossa conversa não me pouparam os elogios e das
inúmeras promessas, apesar disso eu fiz uma única exigência para eu
continuar na empresa, eles teriam que trocar o meu turno, apesar de
saber que essa troca impactaria nas minhas vendas ela também iria me
abrir a possibilidade de cursar a faculdade.
Um tempo depois, participei de dois processos seletivos para assumir a
supervisão e apesar de todas as especulações que corriam pelos
corredores e as parabenizações que recebia todos os dias das pessoas
dizendo que eu havia ganho algo (que eu sabia que não tinha nada de
concreto), não consegui a promoção e então decidi que era hora de mudar
de empresa.
PERSISTÊNCIA
Passei por algumas empresas e enfrentei muita dificuldade para
consolidar uma carreira, isso porque na minha opinião muitos dos líderes
com que trabalhei não estavam "prontos" para liderar e sempre me viram
como uma ameaça potencial. Cheguei a ouvir em reuniões um descaso com
pessoas que estavam buscando uma graduação e eu sempre sabia que essa
mensagem era indiretamente pra mim, já que no início as coisas eram
difíceis, mas quando os resultados começavam a acontecer...
A verdade é que no papel todos falam de desenvolver alguém para
ocupar o seu lugar, mas na prática a grande maioria dos lideres pensa
que você vai ocupar o lugar deles na primeira oportunidade que tiver,
infelizmente essa é a realidade no mercado, pelo menos na área
comercial, quanto mais preparado você for e melhor resultados você
tiver, mais seus líderes temerão você.
A verdade é que no papel todos falam de desenvolver alguém para ocupar o seu lugar, mas na prática a grande maioria dos lideres pensa que você vai ocupar o lugar deles na primeira oportunidade que tiver.
MINHA ÚLTIMA TENTATIVA
As vendas começaram a acontecer, fui campeão de vendas por dois meses
seguidos e a empresa decidiu reestruturar a liderança da filial em que
eu trabalhava. Fui indicado para nova gerencia para assumir a
supervisão.
Nos dois primeiros meses as coisas não foram fáceis até que tudo
aquilo pelo qual eu sempre preguei que deveria ser e ter em uma
liderança começou a surtir efeito na prática e naquele ano conquistamos
ótimos resultados, vi a vida daqueles vendedores serem transformadas e a
minha também.
Mas a vida é uma caixinha de surpresa...
Após retornar das férias, meu gerente me informou que tinha demitido
um dos meus vendedores (justo um que eu tinha recomendado que ele não
contratasse, pois daria problemas no futuro) e mesmo minha equipe
produzindo mais que a s outras duas equipes que haviam na filial e ele
achou melhor desfazer a minha equipe, já que o número mínimo para uma
seria de 5 pessoas e ali eu estava com 4.
A idéia dele seria retomar a equipe após aquele mês, mas passado esse
período ele tomou outra decisão... A de me desligar, pois de alguma
maneira não era mais interessante ter mais que duas equipes na filial e
para mim foi a gota d'água, mas também foi o empurrãozinho que faltava
para eu voltar pro caminho do empreendedorismo.
Para mim foi a gota d'água, mas também foi o empurrãozinho que faltava para eu voltar pro o empreendedorismo.
A DECISÃO
Depois de muito pesquisar no mercado, vi reascender a tona uma paixão
antiga, o web marketing agora com um novo nome marketing digital. Foram
dois fatores que me motivaram a empreender, sem dúvida, um foi a
oportunidade e o outro a necessidade, não tem como falar de um sem falar
do outro.
A oportunidade é a que o mercado nos dá hoje, a grande maioria de nós
vive uma necessidade constante de estar conectada o tempo todo e isso
gera muitas oportunidades de negócios desde que se saiba como aproveitar
isso.
E a necessidade é óbvia, o país não vive um bom momento e ainda que
no mercado digital exista mais oportunidades que no mercado tradicional,
a oferta é maior que a demanda e isso permite as empresas
selecionarem de forma mais "precisa" os profissionais que se candidatam a
uma vaga.
CONCLUSÃO
O caminho que nos leva a empreender podem ser diversos, ainda que
tenhamos ou não influência dos nossos pais, amigos e familiares. Tudo
isso pode ser uma soma de fatores a favor ou contra a empreitada, mas no
final das contas somos nós que tomamos a decisão final de empreender,
seja no mundo empresarial ou corporativo a escolha é nossa.
Eu costumo dizer que não existe uma decisão errada, já que a escolha
que você fez naquele momento é a que você estava preparado para fazer,
ou seja, de alguma forma torna-se aprendizado e isso é o que tem
acontecido comigo, tenho aprendido todos os dias nesse mundo do
empreendedorismo.
Texto postado originalmente no blog: samuelribeiro.com.br
https://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/afinal-qual-e-o-caminho-que-nos-leva-a-empreender/94218/